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Conheça Maíra Assis, a artista baiana que grava seu som no quintal de casa com sua banda:

Durante o isolamento social eu conversei via internet com Maíra Assis (28). Mas não foi a primeira vez que eu conversei essa leonina baiana. Eu a conheci em 2012, e fomos colegas no curso de Letras da Universidade Federal da Bahia.

A vi sentada segurando um violão e cantando no meio de colegas que tinhamos em comum na época. Aos poucos fui percebendo Maíra e entendendo que tinha algo misterioso no seu jeito de ser.


Maíra sempre muito tímida ao conversar em meio a muita gente, se desinibia aos poucos exceto quando pegava um violão e cantava, assim todos percebíamos a sua força e a segurança que ela demonstrava com aquele instrumento nos braços ( e ainda demonstra), mesmo que a voz estivesse rouca ou não estivesse atenta propositalmente ou não a afinação ou notas musicais.


Alguma coisa me chamava atenção na sua relação com a vida. Eu não sabia o que era. Hoje eu também continuo sem saber, mas arrisco dizer que é a arte que sempre esteve dentro dela e agora ela permitiu florescer e compartilhar o que sempre fez. Apesar de ter até o momento que escrevo essa introdução para a entrevista, Maíra ter apenas duas músicas lançadas no YouTube (Reconhece) e (Travesseiro), ela tem uma vasta vivência e está trabalhando no seu primeiro EP durante esse período trágico de pandemia e isolamento social.


Enquanto isso só nos resta as suas duas músicas disponibilizada no YouTube, gravados no quintal de casa, no bairro da Valéria em Salvador, ela faz uma música com letra autobiográfica e um estilo que varia da nova mpb e o novo arrocha.


Confira a entrevista que ela virtualmente nos concedeu:


Taís Veloso: Maíra, eu já te conhecia tocando violão e fazendo covers ao vivo na UFBA. Sei também que você lecionava violão, inclusive, fiquei surpresa sabendo que você também tinha habilidade para compor. Queria saber quais são suas influências. O que você percebe que você gosta em algum artista conhecido e por acaso isso acaba sendo transmitido no seu jeito de cantar, tocar e na letra de suas canções?


Maíra Assis: Minhas influências são diversas , pelo fato de ouvir muita coisa acabo assimilando vários estilos diferentes, dentre eles estilos mais populares como arrocha, samba , pagode e reggae também . Outros gêneros musicais que ouço com bastante frequência são blues, rap e por aí vai. Creio que minhas maiores inspirações são Nina Simone que além de uma ótima cantora é tbm tbm uma referência no piano . Gosto também de Alícia keys. Sempre ouvi muito cantoras como Ana Carolina , Adriana , Cássia Eller. Admiro também Liniker , Johnny Hooker e Ludmilla. Nas minhas letras eu basicamente falo do que eu vivo, minhas relações, minha trajetória.


Taís Veloso: Ainda sobre o seu processo criativo. Desde quando você compõe?


Maíra Assis: Lembro que na minha primeira composição eu tinha mais ou menos 16 anos.


Taís Veloso: E qual sua relação na hora do processo criativo? Você aprova as suas próprias músicas ou alguém precisa te convencer de que ficou bom ?


Maíra Assis: Normalmente eu gosto, acho ótimo depois faço outra e acho que a última está melhor. E a última sempre é melhor mesmo.!


Taís Veloso:Falando em letras de música. O quanto você acha que ter estudado Letras na UFBA pode ter te ajudado ?


Maíra Assis: Acho que não tanto no sentido da construção das minhas composições Creio que a universidade em si , sendo um ambiente de discussões e diferentes visões de mundo, me fez refletir como pessoa e isso se traduz tambémm no processo artístico.


Taís Veloso: Eu lembro que na universidade você tinha uma ligação muito grande com o violão, foi o seu primeiro instrumento? Quais você também sabe tocar?


Maíra Assis: Foi meu primeiro instrumento, depois comecei a aprender teclado mas não fui muito pra frente Já lecionei em um projeto comunitário aqui na Valéria, bairro onde eu moro e pretendo voltar com o teclado.


Taís Veloso: A Valéria é um bairro de muita arte, e especialmente de dois músicos conhecidos na cena independente, você conheceu Giovani Cidreira e Filipe Castro (ambos ex componentes da banda Velotroz) que são dois músicos excelentes também baianos. E que moraram um tempo na Valéria. Houve alguma interação músical entre vocês ?


Maíra Assis: Eu conheço Filipe , estudamos Letras na UFBA! Conversamos sobre música as vezes, não tive o prazer de conversar com Giovani , mas acompanho e admiro o trabalho dele.


Taís Veloso: O que é a música e o que ela representa na sua vida?


Maíra Assis: A música é um meio pelo qual eu expresso minhas emoções, atualmente é minha prioridade, creio que seja algo que me completa de verdade por isso nunca me afastei por completo mesmo tendo outras demandas de trabalho e estudo. Me sinto realizada e feliz tanto ouvindo quanto compondo.


Taís Veloso: Mai, tem alguma coisa que você gostaria de aproveitar pra falar que eu talvez não tenha perguntado?


Maíra Assis: Ah, sim ! Gostaria de agradecer o convite, a lembrança também ! A oportunidade de falar um pouco sobre esse processo artístico... Estou produzindo nesses tempos, pretendo lançar mais uma faixa do meu projeto que está disponível no YouTube e posteriormente pensar o EP.


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