O recente Festival BeatLoko e Filhos do Guetto na Vila Silvia, periferia de São Paulo, transcendeu as fronteiras da mera celebração musical, emergindo como um catalisador de transformações sociais. Ao trazer artistas de renome, incluindo Mano Brown, Seu Jorge, Péricles, MC Hariel, Pixote, Art Popular e revelações como Gica, com sua abordagem envolvente do samba, Amanda Magalhães, Aya e Oruam, que explora as nuances do Trap Funk, o evento se destacou não apenas por suas performances vibrantes, mas por seu impacto profundo nas comunidades locais.
A escolha de realizar um evento desse porte na periferia não apenas democratiza o acesso à cultura, mas também cria uma plataforma de empoderamento para os moradores locais. Os artistas renomados, ao se apresentarem nessas comunidades, não apenas proporcionam entretenimento, mas inspiram jovens e adultos, demonstrando que os sonhos não têm barreiras geográficas.
A organização impecável do BeatLoko e Filhos do Guetto, desde a seleção criteriosa dos artistas até a logística eficiente do evento, contribuiu para um ambiente envolvente e seguro. No entanto, um elemento admirável foi a decisão de contratar recicladores e monitores diretamente da comunidade. Essa iniciativa não apenas forneceu oportunidades de emprego localmente, mas também fortaleceu o vínculo entre os moradores e o evento, mostrando que a transformação social pode começar com oportunidades tangíveis.
A arrecadação de alimentos como parte integrante do festival não apenas adicionou um elemento de responsabilidade social, mas também exemplificou o comprometimento em fazer a diferença tanto localmente quanto internacionalmente, através das doações para Ação da Cidadania em São Paulo e Faixa de Gaza no Oriente Médio.
Além das figuras estabelecidas na música brasileira, a inclusão de revelações como Gica, Amanda Magalhães, Aya e Oruam trouxe uma nova dimensão ao evento. Gica, com sua voz marcante e composições envolventes, e Oruam, cujo talento eclético transcende gêneros, mesmo tendo sua base no Trap Funk, representam não apenas a diversidade musical do Brasil, mas também indicam o surgimento de uma nova geração de artistas influentes.
Mano Brown, Seu Jorge e Péricles, com suas trajetórias inspiradoras, destacaram não apenas o papel dos artistas como agentes de mudança, mas também como modelos para os jovens das periferias. Suas histórias de superação ressoaram nas ruas da Vila Silvia, reforçando a ideia de que a música pode ser uma força poderosa para a mobilidade social e cultural.
O BeatLoko e Filhos do Guetto não foi apenas um festival; foi um testemunho do poder da música em transcender barreiras, inspirar comunidades e impactar positivamente a sociedade. Ao trazer revelações musicais, apoiar causas humanitárias, unir diferentes comunidades e criar oportunidades de emprego localmente, o evento deixou uma marca duradoura, evidenciando como a música pode ser uma força unificadora e transformadora nas periferias brasileiras.
Instagram: @festivalfilhosdoguetto
Fotos e Texto: Binho Santana (Periferia Invisível)
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