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Foto do escritorShophia Janczukowic

Google e Deezer também vão bloquear bandas supremacistas


Depois do Spotify, agora é a vez da Google e da Deezer se comprometerem a retirarem do ar páginas e canções de bandas supremacistas brancas de seus serviços. A ideia é impedir a proliferação de discursos de ódio, que ganharam força e o centro das discussões depois dos protestos do último final de semana, na cidade americana de Charlottesville.


O processo começou depois que um site especializado em música publicou uma lista com 37 bandas e artistas com ideais supremacistas brancos que poderiam ser encontrados no Spotify. Isso significava que as músicas não apenas estavam acessíveis, mas também que os responsáveis estariam recebendo dinheiro de royalties a cada reprodução. A empresa agiu rapidamente e, pouco depois, anunciou a remoção não apenas dos citados, mas também de outras ocorrências desse tipo.

Agora, o mesmo vale para o Deezer e o Google Play Música, mas a abordagem dos dois, aqui, será um tanto diferente. O primeiro afirmou o início de um processo de revisão e busca internas, de forma a encontrar qualquer material associado a movimentos racistas ou que preguem o ódio. Qualquer ocorrência desse tipo localizada na plataforma será prontamente tirada do ar.

Já a Google pede a ajuda dos usuários nessa empreitada. A empresa se comprometeu a retirar vídeos racistas do YouTube e as páginas de artistas do serviço Play Música, mas devido ao escopo, principalmente, do serviço de vídeos, afirmou que só vai tomar atitudes caso os utilizadores denunciem tais ocorrências, que serão avaliadas por um time interno que decidirá pela retirada ou não do material.

O problema, que já está levantando muitas críticas, é que o processo de denúncia no Google Play Música não é dos mais fáceis, com um formulário tendo de ser preenchido a partir do menu de ajuda. A ideia é que, em um serviço musical legítimo, esse tipo de conteúdo nem mesmo deveria existir, e a empresa já vem sendo criticada por transferir a responsabilidade – que seria dela, pela aprovação de tais artistas para entrada na plataforma – para a outra ponta da cadeia, recaindo sobre o usuário.

Outros nomes da indústria musical também se posicionaram, como é o caso da CD Baby, uma das principais distribuidoras de discos e canções digitais independentes dos Estados Unidos. A companhia se prontificou a revisar seu portfólio em busca de artistas que preguem a supremacia branca, além de intensificar o processo de revisão de novos artistas para que músicos com esse caráter não façam parte da lista.

Com isso, afirma a companhia, o número de ocorrências desse tipo nos serviços de música online e lojas virtuais também será reduzido, no que a CD Baby espera ser um esforço conjunto com as empresas para evitar a popularização desse tipo de conteúdo. Mais uma vez, a ajuda dos usuários é exigida para localizar faixas que possam ter passado despercebidas.

As atitudes vão de encontro à violência ocorrida no último final de semana nos EUA, quando o encontro de grupos supremacistas brancos e manifestantes contrários se transformou em violência. No fim, uma pessoa morreu e outras 19 ficaram feridas em uma manifestação cujas repercussões tomaram o mundo e continuam repercutindo em todos os aspectos da sociedade, o que também inclui, claro, o mundo digital.


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