Se tudo vai meio mal na economia do Brasil – as projeções mais recentes de crescimento do PIB no ano ficaram abaixo de 2% -, o setor musical teve boas notícias nesta terça-feira, 2. Dados dos Produtores Fonográficos Associados (Pro-Música Brasil) mostraram um crescimento de 15,4% das receitas do setor de música gravada no Brasil entre 2017 e 2018. O número é superior à alta do mercado global, que, segundo dados da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI), ficou em 9,7%. As receitas da indústria em 2018 somaram US$ 19,1 bilhões – em 2001, antes dos 13 anos de quedas contínuas, o valor era de US$ 23 bilhões.
A marca de 9,7% representa o maior crescimento para a indústria da música desde que a IFPI começou a contabilizar os dados globais, em 1997, e agora são quatro anos seguidos de altas.
Os números são puxados para cima pelo streaming. No Brasil, o faturamento do setor aumentou 38% em um ano e hoje representa 69,5% do total. No globo, o streaming cresceu 34% e hoje representa 46,9% das receitas da indústria da música. Segundo o Global Music Report, no mundo existem 255 milhões de assinantes das plataformas de streaming, como Spotify, Deezer e Apple Music. Uma parte dessas receitas também vêm da publicidade nesses serviços e no Youtube.
O mercado de mídia física prosseguiu com sua tendência de queda. No mundo, esse segmento caiu 10% em receitas em relação a 2017, no Brasil, a queda foi ainda mais vertiginosa: 69%.
“O mercado físico teve um declínio muito acentuado desde o meio dos anos 2000 no Brasil. A razão é um setor de varejo muito deteriorado”, explica o presidente da Pro-Música Brasil, Paulo Rosa. “Não se encontra mais lojas de música. Livrarias e lojas de departamento, que serviam de escoamento para a distribuição, continuam vendendo, mas com cada vez menos espaço. Isso se reflete no crescimento do setor digital brasileiro, acima da média mundial.”
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